O conto vem dos Terena, povo de língua Aruák, vive principalmente na região do Mato Grosso do Sul. Com uma população estimada em 16 mil pessoas em 2001, eles são os últimos remanescentes da nação Guaná no Brasil, predominantemente agricultores.
Existia um homem muito preguiçoso. Certo dia, o homem resolveu ir pescar. Ele foi à beira do rio para acampar e pescar, mas ficou deitado o tempo inteiro, por ser preguiçoso. Então, pensou:
— Qual remédio seria ótimo para eu não dormir?
De repente, um homem estranho chegou àquele lugar onde ele estava pescando. O outro homem era andarilho e perguntou para o pescador:
— O que você está fazendo?
A resposta foi:
— Estou tentando pescar, mas acabo dormindo... Você não conhece algum remédio bom para acabar com sono?
O andarilho respondeu:
— Eu conheço algo bom para isso. Eu guardo na porunga. Você nem precisará abrir tudo porque senão vai acabar exagerando na dose.
Por não querer ficar mais dormindo, aquele pescador abriu toda a tampa da porunga e a jogou. Dentro dela tinha muito mosquito. Aqueles insetos saíram da porunga e o pescador não conseguiu mais dormir porque precisava ficar matando os mosquitos que o andarilho lhe trouxera.
Pobre pescador! Ele abriu aquela porunga por pensar que nela haveria um ótimo remédio para não dormir. A partir daquele momento, surgiram os mosquitos — por causa daquele homem preguiçoso.
O narrador é do tipo onisciente em terceira pessoa.
O homem preguiçoso e o Andarilho.
A história se passa na beira de um rio, onde o homem preguiçoso acampa e tenta pescar.
Situação: O homem preguiçoso quer pescar, mas fica com sono.
Problema: Ele quer um remédio para não dormir enquanto pesca.
Solução: O andarilho lhe oferece algo que acredita ser a solução.
Clímax: O pescador, ao abrir a porunga, libera mosquitos, que o impedem de dormir, mas de uma maneira diferente do que ele esperava.
A história faz uma crítica às pessoas que buscam soluções fáceis para seus problemas e mostra as consequências infernais que essas decisões acarretam.